Intervenção do Presidente da Direção do Clube por ocasião da Comemoração do 27º Aniversário

Caros Sócia e Sócias,

Caros Amigos

Há quem comemore os 15, quem comemore os 25 anos, mas quase sempre datas redondas. Nós decidimos comemorar os 27. Estranho, dirão alguns, mania de serem diferentes dirão outros, nós dizemos pura e simplesmente que houve folego e vontade de comemorar os 27.

E apesar das dificuldades que todos atravessamos, e o Clube não é exceção, aqui estamos a assinalar uma data que tem a importância que tem, mas fundamentalmente um momento que consideramos importante e fundamental para a nossa instituição. Precisamente pelas dificuldades decidimos reunir-nos para comemorar e para desafiar de novo, todos para um novo alento deste clube que se soube afirmar ao longo de 27 anos como uma das referências desportivas e associativas do Concelho de Mértola, da região e mesmo do panorama do Associativismo e da Canoagem Nacionais.

Este momento só é possível graças a muita gente e a muita gente que nalguns casos quase se esqueceu do papel que desempenhou para o Clube e noutros casos que se esqueceu do papel que o Clube desempenhou para as suas vidas. É para todos esses que nos juntamos para agradecer e para voltar a lembrar que todos são importantes para o clube, e que o Clube continua a ser importante para todos.

Já lá vão 27 anos que um grupo de nove carolas, malucos, num ambiente conturbado em tempos políticos acesos, em que alguns teimavam em abafar uma vontade de fazer coisas novas, e para isso (nunca é demais lembrar) chegaram mesmo a apresentar queixas na GNR contra ditos usos abusivos de equipamento desportivo. Já lá vão 27 anos que o Jorge Pulido Valente, Rui Inácio Rosa, João José dos Santos Bento, António Escoval Alcario, Arnaldo José Valente Rosa, António Manuel Romba Adanjo, Manuel Inácio Rosa, Daniel António Viegas Parreira e Maria Margarida Sérgio Godinho de Brito se juntaram para dar um caminho á tal vontade de fazer coisas novas e assinaram a escritura de constituição do Clube Náutico de Mértola.

E depois, contra tudo e contra todos, o Clube rapidamente vingou e primeiro num recanto da minha casa, depois na casa quase toda, cresceu e afirmou-se rapidamente no panorama associativo e desportivo. Fez muitas experiencias o novo clube, em várias modalidades e em varias atividades mas seria a canoagem que mais se desenvolveria transversalmente ao longo dos anos.

Dos de fora destaco o apoio sempre inequívoco do Clube Fluvial Odemirense e do seu então presidente Mário Santana, (aqui presente, também está presente o atual presidente Filipe Calinhos e saudo ainda a presença de Fernando Encarnação que apesar de ser de Odemira representou também o Clube Náutico de Mértola) o apoio sempre claro e expresso de uma pessoa que sempre acreditou no nosso projeto e nos nossos projetos e sempre esteve disponível para dar resposta ás expectativas da nova instituição. Algum instinto lhe dizia que valia a pena. Falo do Professor João Araújo. Dos de fora ainda o meu grande amigo Carlos Machado (então vice-presidente da Federação) que protagonizou a primeira ação de iniciação em Mértola com a Adélia Barbosa e o então presidente da Federação José Ferreira da Silva que acreditou desde logo no potencial do nosso clube, o Zdzislaw Szubsky então selecionador nacional que apadrinhou  os nossos primeiros atletas na seleção e apadrinhou Mértola como local privilegiado para estágios.

Dos de dentro para além dos que assinaram a escritura e que já referi, há algumas pessoas incontornáveis neste processo de afirmação e de crescimento, a Gena, o João Braizinha, o Adanjo, e tantos outros que vão ficar por referir por impossibilidade ou porque a minha memória já não é o que era. De entre os atletas que foram a base do sucesso desportivo além dos nomes que são mais conhecidos pela exposição mediática dos seus resultados desportivos, Carlos Alcario, Marco Quintos, Carlos Almeida, Helena Baiôa, Miguel Rolha, Nuno Sequeira, Luís Madeira  e Ricardo Machado, ( para este uma referencia especial pois apesar de não ser de Mértola demonstrou anos mais tarde que a condição de (desculpem-me (paraquedista) é por vezes uma mais valia pois teria anos mais tarde papel de relevo na gestão Técnica e administrativa do Clube).

Como dizia, além destes nomes não posso deixar de referir outros que foram igualmente importantes pela sua dedicação  e persistência. Ricardo Lourenço, Rui Alho, Humberto Afonso, Gastão Godinho Louis Zwanikken… e tantos outros que sucessivamente foram passando, consolidando a instituição e consolidando as suas vidas por vezes com percursos pessoais altamente marcados pela sua passagem pela instituição. Não quero referir mais nomes pois corro o risco de levar aqui o resto da noite. Só para terem uma pequena ideia só na canoagem de competição federada já passaram pelo clube mais de 600 atletas.

Também no que respeita ao enquadramento técnico muita gente passou por aqui e ajudou o Clube a crescer: Francisco Caldeira Gonçalves foi o primeiro a ter uma ligação oficial ao Clube, depois o atual técnico Nacional Richard Hoppe, Konrad Szala, Carlos Alcario, Luis Madeira, Marco Quintos Nuno Sequeira, Rui Machado, Ricardo Machado, Tamas Homoki, José Carlos Justino, Rafael Luz, e agora Marek Glomski.

Permitam-me uma referencia aos mais novos que nos últimos tempos em dado brilho ao curriculum desportivo do Clube. O Bruno Vitória, agora o Manuel Macias e o Bruno Afonso são o rosto mais visível desse sucesso desportivo e apesar duma  fase mais delicada nas suas carreiras pois já são séniores e a afirmação num panorama nacional altamente competitivo é demolidora. Aproveito para anunciar que Bruno Afonso foi convocado para participar no Campeonato do Mundo Universitário que se vai disputar na Russia no mês de Julho.

Pois caros amigos, caros sócios, caros atletas o Clube como já anteriormente referi atravessa uma fase difícil em termos económicos e financeiros lutando todos os dias para manter as atividades fundamentais, para não pôr em causa postos de trabalho, para continuar a prestar um serviço social importante e para conseguir responder aos compromissos que tem assumido. Para enfrentar essas dificuldades todos podem ter um papel ativo e fundamental. Basta pagarem as vossas cotas, utilizarem os serviços do Clube, recomendarem as nossas atividades aos amigos, inscreverem os filhos na canoagem, na natação e nas outras atividades que o clube desenvolve, participarem nos momentos importantes, reuniões e assembleias, e divulgarem o que fazemos para a que nossa vida esteja facilitada. É importante falar e opinar, na mesa do café e nas tertúlias de amigos mas não chega. É preciso participar nas reuniões e assembleias, propor, opinar nos sítios certos, colaborar, estar disponível para trabalhar.

Como dizia apesar dessas dificuldades temos algumas luzes ao fundo do túnel e alguns projetos em marcha que são absolutamente estruturantes para o clube e para o Concelho.

O projeto da Pista de Canoagem e Remo da Mina de São Domingos, da responsabilidade do Clube Náutico de Mértola e que conta com as parcerias da Câmara Municipal de Mértola, da La Sabina e da Fundação Serrão Martins, visa dotar a Tapada Grande com a balizagem de uma Pista de Canoagem e Remo, que permita melhorar e diversificar as condições de treino e realizar competições nestas especialidades. Este plano de água é um local privilegiado em termos paisagísticos e com fantásticas condições para a prática desportiva, frequentemente utilizado pelo Clube Náutico de Mértola como local de treino, bem como por equipas nacionais e internacionais que procuram a região para cumprir estágios de inverno, na sua maioria promovidos pelo Clube, bem como já foi palco de várias competições de canoagem com destaque para duas das Taças de Portugal de Maratona e um Campeonato Nacional de Esperanças. Não se pretende fazer uma intervenção de grande porte, com a criação de infraestruturas pesadas em terra, mas tão só concretizar a balizagem da pista com criação das condições básicas para treino e para competição, utilizando e melhorando os equipamentos já existentes da Praia Fluvial como apoio, reforçando deste modo as condições naturais presentes e dotando Portugal de uma segunda Pista de Velocidade.

Numa zona geográfica profundamente marcada pelo isolamento e pelo êxodo populacional é urgente criar novas atratividades, em particular aquelas que geram sustentabilidade pela sua capacidade em criar recursos económicos e emprego. A instalação desta valência tem a mais-valia de dotar o concelho e a região de equipamentos que por si têm a capacidade de gerar rentabilidade, seja por via da prática competitiva e/ou formativa dos desportos envolvidos, seja por via do desenvolvimento do sector do turismo nos nichos de mercado emergentes que são o turismo desportivo e o turismo náutico.

Com vista à execução deste projeto, foi efetuado um pedido de apoio no âmbito da Acão 3.1.3 “Desenvolvimento de Atividades Turísticas e de Lazer, da Medida 3.1 do PRODER, tendo o mesmo sido aprovado em reunião do Órgão de Gestão do GAL em 12 de Agosto de 2011 com a valoração de 90,88%.

O projeto que tem um orçamento total estimado em 300.000 euros, aguarda o licenciamento final para poder ser assinado o Contrato de financiamento com o IFAP e lançado o respetivo concurso público, cuja obra se espera possa ser lançada ainda este ano. Entretanto foi já iniciada a primeira fase da intervenção em terra que não carece de licenciamento e que corresponde á recuperação do Anfiteatro da Praia Fluvial, obra que estar concluída durante o mês de junho.

Uma outra novidade é que a última Assembleia Geral do Clube aprovou a criação de uma Empresa de animação Turística, estando por isso neste momento a ser tratado o processo burocrático para que a breve prazo o clube disponha da sua própria empresa de Animação turística – O nome escolhido é Nautimertola.

Se estivesse sentado já me estariam a dar pontapés por debaixo da mesa, para me calar. Muito ficou por dizer, muito há por fazer, mas a mensagem mais importante é que a participação de todos é fundamental. Ao contrário do que alguém disse, vamos lá (ao jantar) pois ninguém espera que nós participemos a nossa espectativa é sempre que venham todos, a porta está sempre aberta para que todos participem. Só faz sentido que todos estejam aqui, esta casa é de todos quantos mais formos mais longe chegaremos.

Deixem-me aqui deixar uma referência final a uma pessoa que é absolutamente exemplar na sua dedicação ao clube. Apesar das suas opiniões, por vezes diferentes, por vezes polémicas, apesar do seu feitio difícil e que muitas vezes choca com o meu que parece que também não é fácil, é talvez a pessoa que mais tem dado ao clube ao longo dos anos e de forma mais continua. Marco Quintos. Um exemplo para esta instituição.

Uma palavra final para os funcionários e colaboradores do Clube, aos que foram, aos que são, aos que venham a ser. Uma palavra de agradecimento pela capacidade que tem tido de resistência, resistência ás dificuldades, resistência ás dificuldades financeiras, resistência ás exigências cada vez maiores do Clube, resistência e resposta aos desafios cada vez maiores que tem enfrentado. Não vou referir nenhum nome em particular daqueles que estão no terreno todos os dias, aos que estão há mais tempo e aos que chegaram recentemente, mas quero agradecer a vossa dedicação á instituição e a vossa capacidade de aturarem há tanto tempo as minhas exigências, os meus desafios e por vezes o meu mau feitio.

 

Uma palavra final de agradecimento ás instituições que colaboraram com esta organização cedendo alguns dos materiais usados: CAS, Santa Casa da Misericórdia, Monte do Guizo, Agrupamento de Escolas e Migas Café restaurante. Também os agradecimentos ao pessoal da Cozinha.

 

Obrigado a todos e

 

Viva O Clube Náutico de Mértola